O comerciante Carlos Antônio Miranda teve uma surpresa ao abrir as contas de energia dos meses de abril e junho e ver que a despesa mensal de R$ 150 a R$ 200 passou para R$ 19,50, o valor da taxa mínima cobrada pela Celg.
Desconfiado do motivo pela drástica redução, ele procurou um posto de atendimento da Companhia, mas sem resposta concreta sobre o novo valor agora teme que nos próximos meses tenha que pagar o acumulado das faturas ou mesmo tenha o serviço cortado.
“Fui à Central de Atendimento no Setor Universitário, ver o que estava acontecendo. Lá, tinha várias pessoas com o mesmo problema. Os atendentes me informaram apenas que fariam uma revisão da fatura e que a diferença seria cobrada posteriormente. Um técnico ficou de vir ao meu estabelecimento fazer a medição correta, mas até agora nem sinal dele.”
Problemas nas contas de energia
O estranhamento e o medo de ter a energia cortada são compartilhados por centenas de moradores de Goiânia que há três meses recebem as faturas de energia com valores bem diferentes do usual. A falência da empresa terceirizada responsável pelo serviço de leitura é apontada pelo órgão como a causa da confusão. De acordo com notas enviadas à imprensa pela Celg, o serviço seria restabelecido já no dia 16 deste mês, mas, por enquanto, não há sinal de uma solução ou resposta concreta para os consumidores.
E mesmo com a informação de que não haverá cobrança de juros e que os usuários devem buscar a resolução das diferenças nas unidades de atendimento ainda sobram questionamentos sobre a forma de recuperação do crédito, por parte da Companhia, e de um posicionamento único, já que para cada usuário é repassado um procedimento diferente.
A auxiliar administrativa Pricila Borges, por exemplo, foi informada, após a primeira cobrança de taxa mínima, que no próximo mês haveria normalização dos valores. A segunda fatura chegou e o problema continua. “As contas davam em média R$ 150. A primeira fatura com problema veio R$ 60,97 e agora diminuiu ainda mais, está R$ 21,66”, conta.
Já a microempresária Daniella Ursa não teve uma surpresa tão agradável para o bolso: sem nem mesmo receber as faturas ela procurou uma unidade do Vapt Vupt e descobriu que teria que fazer ela mesma o serviço da Celg. “Disseram que eu teria que pegar código de barras do padrão e levar até a unidade de atendimento para que eles fizessem a média dos últimos meses já que não tinha ninguém para fazer.”
O drama de Daniella ficou ainda pior quando ela seguiu a indicação. “Minha conta que era de mais ou menos R$ 100, veio R$ 300 porque a média feita por eles ficou acima do valor normal e havia a cobrança de contas que já estavam pagas. Com a burocracia para resolver a questão resolvi efetuar o pagamento novamente das contas pagas porque dependo da energia em meu negócio”, relata indignada. “Para piorar a situação eu tive que imprimir. A conta não podia ser impressa na Central de Atendimento. Tive que retirá-la pela internet. As informações deles são muito desencontradas, cada um diz uma coisa”, reclama.
A aflição de ser o próximo a receber valores exorbitantes também tem tirado o sono do microempresário Marcelo Ferreira, que recebeu uma conta de R$ 14 este mês. A média de consumo de sua casa era de R$ 150. “No prédio em que eu moro há apartamentos que estão fechados há mais de três meses e receberam fatura de mais de R$ 100. Não dá para saber se estamos pagando pelo serviço que usamos. Fico me perguntando como vai ser quando regularizarem o serviço porque eu já tive problemas anteriores com contas erradas e nunca resolveram meu problema”, relata.
Fonte: Jornal O Hoje